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A esquizofrenia faz parte da classe das doenças psicóticas – em que ocorrem alucinações, delírios, alterações afetivas e desorganização comportamental
Cercada de mistérios e preconceito, a esquizofrenia, doença símbolo da Psiquiatria, atinge 1,6 milhão de pessoas no Brasil, segundo o Programa de Esquizofrenia da Universidade Federal de São Paulo (Proesq). A doença voltou a ganhar destaque na mídia com a novela Caminho das Índias, da TV Globo, exibida pela RPC TV, que conta a história de dois personagens com o transtorno: Ademir (Sidney Santiago), um jovem pobre, discriminado pela sociedade por sua condição, e Tarso (Bruno Gagliasso), rapaz de classe alta que sofre pressão da família e começa a manifestar os primeiros sintomas da doença.
Para o coordenador do ambulatório do Hospital Psiquiátrico Nossa Senhora da Luz, o psiquiatra Marcelo Daudt Von der Heyde, não se deve atribuir a causa da esquizofrenia à pressão familiar ou a outras situações de estresse. “Esses fatores podem servir de gatilho para o desenvolvimento da doença, mas ela pode se manifestar sem nenhum motivo aparente”, esclarece. Heyde explica que as causas da doença estão ligadas a uma herança multifatorial e a fatores externos como o peso ao nascer, estação do ano à época do parto, infecção materna, uso de substâncias tóxicas, entre outros.
Primeiros pacientes eram mendigos
A Psiquiatria nasceu nos hospitais para doentes mentais em situação de mendicância. No Brasil, dom Pedro II ordenou a retirada dos mendigos dos portos e porões, para abrigá-los em asilos. Foi quando os profissionais de saúde tiveram o primeiro contato com a esquizofrenia. O papel dos médicos era o de controlar os surtos de piolho, tuberculose e cuidar da alimentação dos pacientes. O médico alemão Emil Kraepelin foi um dos primeiros a perceber que os esquizofrênicos eram pessoas saudáveis que chegavam aos poucos a um estado de demência. Foi ele quem separou o maníaco-depressivo (bipolar) do esquizofrênico. A doença era conhecida como demência precoce. (JK)
Transtornos sempre existiram
Os transtornos mentais sempre foram frequentes, diz o psiquiatra André Astete. “A diferença é que hoje temos a capacidade de identificá-los, antigamente não era possível”, diz. Ele afirma que as condições ambientais têm o seu papel, mas que as transformações do ambiente e da sociedade estão ocorrendo há mais de 2 mil anos. “É verdade que o contato social nunca foi tão intenso. Ocorrem mais rompimentos, divórcios, temos mais compromissos. A nossa capacidade de planejamento pragmático aumentou, temos áreas do cérebro que são exigidas como nunca. Estamos mais vulneráveis ao estresse, mas o fenômeno não é recente. Talvez tenha se acentuado com a era digital, pois surgiram novos desafios para o nosso sistema neural”, esclarece.
Resistência do paciente dificulta o tratamento
A ex-recepcionista Diana (nome fictício), de 41 anos, está em tratamento há seis anos no Hospital Psiquiátrico Nossa Senhora da Luz, mas sofre com a doença há quase uma década. Ela participa das atividades da clínica-dia de segunda a sexta-feira. Mora com a filha de 19 anos, mas consegue levar uma vida independente. Vai ao hospital sozinha e gosta principalmente das aulas de culinária.
O psiquiatra André Astete, do Hospital Vita, de Curitiba, confirma que eventos ambientais aliados à tendência genética podem fazer com que ocorra um desenvolvimento imperfeito do cérebro. “Durante as épocas de surto de gripe e viroses, existe grande aumento no número de casos de esquizofrenia. Famílias de alta expressão emocional podem piorar o quadro. Segundo pesquisas, doentes expostos a situações conflitantes, como brigas familiares, tinham maior recaída do que os demais, mesmo com o uso de medicamentos”, conta.
Conforme dados do Proesq, a doença é mais comum em homens entre 15 e 24 anos e mulheres na faixa dos 25 aos 34 anos. “Esta é a última fase do período de amadurecimento cerebral. Acontece que, ainda no período intra-uterino, o processo de neurodesenvolvimento é interrompido e alguns neurônios não chegam a habitar determinadas áreas do cérebro. Por isso algumas áreas do cérebro do esquizofrênico são menores do que as de pessoas saudáveis”, explica Astete. A hereditariedade também contribui. Ter um parente de primeiro grau com esquizofrenia aumenta o risco de 10 a 20 vezes.
A esquizofrenia faz parte da classe das doenças psicóticas – em que ocorrem alucinações (visuais e auditivas), delírios (geralmente de perseguição), alterações afetivas (a perda da capacidade de sentir afeto) e desorganização comportamental. As pessoas próximas do doente só se dão conta da existência do problema depois de o primeiro surto, mas é importante prestar atenção em algumas alterações de comportamento anteriores, como retração, desorganização, isolamento e abandono de interesses.
A doença é crônica, sem cura. “Conseguimos hoje induzir estados de melhora com tratamento, mas sempre haverá sequelas. É possível controlar os surtos, mas os sintomas negativos e de desorganização permanecem e podem progredir. O paciente se torna ineficiente, ou seja, perde a capacidade de pensar e de se comportar em sociedade. A fala se torna confusa, há uma perda das habilidades mentais, da capacidade de resolver problemas e da iniciativa social. O paciente se torna incapaz de fazer qualquer coisa útil e se torna dependente por toda a vida”, explica Astete.
Tratamento
Os medicamentos servem para tratar a psicose, controlar os surtos de delírio. Já os sintomas residuais pioram principalmente durante os primeiros anos. “Quanto antes os surtos forem controlados, menores serão as sequelas”, alerta Astete. Durante o surto, muitas vezes a internação é necessária para evitar riscos como agressão e suicídio, mas isso não deve ser visto como um estágio do tratamento. “O único caso em que o internamento por um longo período é recomendado é quando a família não tem condições de cuidar do esquizofrênico ou quando o paciente não tem onde ficar”, recomenda Heyde.
Pacientes estáveis devem passar por uma reabilitação cognitiva para amenizar os efeitos dos sintomas e buscar a reinserção social do esquizofrênico. “Durante a reabilitação são treinadas as habilidades sociais (como se comportar socialmente, cumprimentar, manter uma conversa) e também ensinadas atividades profissionalizantes. Atividades artísticas como pintura, trabalhos manuais, gesso e tear fazem parte do programa. O tratamento ajuda a prevenir que o doente atinja um estado mais grave de demência”, diz Heyde.
A terapeuta ocupacional Nicholle Zabotini Venjenski vê muitos pacientes se descobrirem durante a reabilitação. “Eles relacionam as dificuldades do dia a dia com as que enfrentam nas atividades. As aulas ajudam a pensar em suas atitudes e nas consequências”, explica. Quando o tratamento é adequado e no tempo certo, a pessoa pode levar uma vida quase normal, mas, para o psiquiatra André Astete, mesmo os doentes que vivem sozinhos e se mostram independentes precisam de um suporte social. “Essas pessoas não sabem se defender muito bem. Por isso é importante que alguém permaneça próximo. Pode ser a família ou mesmo um assistente social.”
Outro tratamento possível, a eletroconvulsoterapia, é visto com ressalvas por ter sido usado no passado como punição. Hoje, a eletroconvulsoterapia é feita em centros especializados, com equipamentos de última geração. Os pacientes são anestesiados e monitorados por profissionais. “Não se sabe ao certo como o tratamento causa a melhora dos pacientes, mas acredita-se que convulsão produz um aumento no número de células cerebrais”, detalha Heyde.
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